Rossini entregou o título de Cidadã Emérita a Zélia Aparecida Perez Crisanti, durante as comemorações da 21ª Semana da Comunidade Italiana, na sede da Casa D´Itália em Campinas. O prêmio é uma tradição, pois desde 1994, quando ficou definido que a cada ano a comunidade homenagearia um de seus membros com a concessão, pela Câmara Municipal, de um título, como uma forma de reconhecer a contribuição que os imigrantes italianos e seus descendentes dão ao crescimento e desenvolvimento de Campinas.

Rossini foi autor do projeto de decreto legislativo que concedeu o título emérito e o porta voz da comunidade italiana na homenagem. Neste ano o nome indicado foi o de Zélia, aliás, a primeira mulher a receber essa honraria em nome da comunidade italiana.

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A trajetória de Zélia Crisanti

Zélia Crisanti, que nasceu em Campinas, é filha de um conceituado comerciante do bairro Bonfim, seu Raul que era casado com a senhora Maria Rosa Perez. Sua infância no bairro do Castelo guarda inúmeras memórias de uma Campinas bucólica e de uma sociedade tradicional. Estudou no colégio Coração de Jesus e formou-se em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, onde fez extensão em Psicologia e Filosofia.

Casou-se com Césare Crisanti, um italiano de Terni, região da Umbria, que trabalhava na Rhodia. Aliás, a ligação de Zélia com a comunidade italiana iniciou quando, seu marido buscando pleitear seus direitos a pensão como cidadão italiano, dirigiu-se ao Patronato INAS em Valinhos.

Ali conheceu Dona Natalina Berto, que a convidou para atuar como voluntária no atendimento aos italianos e descendentes na nas áreas de Previdência e Assistência Social e Cidadania, onde por mais de cinco anos prestou essa assistência.

Em 1997 mudou-se para a Itália, com seu marido e seu filho Franco, onde viveu durante dez anos, na cidade de Terni. Ali trabalhou como gerente numa casa lotérica que pertencia ao seu cunhado e criou profundos laços de amizade, com os habitantes de lá. Zélia chama de choque cultural o que ela experimentou durante o tempo em que viveu na Itália, mas destaca a diferença de qualidade de vida daquela região.

Uma das coisas que a impressionou foi o elevado grau de cultura da população, independentemente de classe social. Mesmo as pessoas mais simples entendem e discutem sobre arte, pintura, escultura, literatura, de uma forma bastante natural, afirma Zélia.

Católica fervorosa, Zelia se diz devota de Padre Pio a quem consagra suas orações, em agradecimento a uma cura que recebeu.

Quando voltou para o Brasil, tornou-se a Responsável pelo Patronato INAS da Região Metropolitana de Campinas, dando continuidade ao trabalho social de assistência, orientação e apoio a italianos e brasileiros em assuntos relacionados à Seguridade Social e aposentadoria, prestando atendimento todos os dias de segunda à quinta feira.

O Patronato INAS tem um acordo técnico firmado com o INSS em Brasília, no qual está habilitado para dar suporte na análise e contagem do tempo de serviço para fins de aposentadoria junto àquele órgão, para centenas de trabalhadores brasileiros.

Por sua atuação junto à comunidade italiana de Campinas e região, Zélia recebeu da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo o troféu “Loba Romana”, comenda que a que ela se refere com muito orgulho.

Zélia ainda possui uma característica que chama a atenção: o brilho dos seus olhos quando fala de sua fé, de sua espiritualidade e de sua devoção pelo Padre Pio. É como se ela agradecesse a Deus, a cada momento, pelo dom da vida. Apesar de guerreira e demonstrar ser uma mulher de opinião, com uma personalidade marcante, Zelia fala de si mesma com muita modéstia e humildade.

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17 de abril: Dia da Comunidade Italiana

Rossini foi o autor da lei que criou em Campinas o Dia da Comunidade Italiana. Ele explica que decidiu propor a homenagem em decorrência de participar e conviver com a os membros da Casa D´Itália de Campinas. Assim, Rossini percebeu como toca fundo o coração dos italianos e descendentes a lembrança das tradições que são passadas de pai para filho, como uma riqueza que deve ser preservada, pois se constitui fonte da identidade cultural de um povo.

“Assim, com o objetivo de manter vivas e resgatar as tradições e cultura italiana é que fomos estimulados a apresentar tal propositura”, lembra o vereador.

É inegável a contribuição que os imigrantes e descendentes italianos deram para o desenvolvimento de Campinas, nas mais diversas áreas: na agricultura, no comércio, na culinária, na cultura, na saúde, na engenharia, na arquitetura, entre outras.

O dia 17 de abril foi escolhido, pois representa um marco na história da comunidade italiana em Campinas. Em 17 de abril de 1881 foi fundado o Circolo Italiani Uniti, com o objetivo de congregar os imigrantes italianos que aqui viviam e, além de reuniões sociais e festivas, visava atender às necessidades educacionais dos filhos dos imigrantes italianos e oferecer apoio e assistência às famílias carentes.

Vale lembrar que o Círcolo Italiani Uniti teve papel destacado no enfrentamento da epidemia de febre amarela que dizimou um terço da população de Campinas, no final do século 19, quando transformou suas instalações em enfermaria para atendimento das vítimas dessa doença, nascendo aí a vocação que levou a o Círcolo a solicitar à Câmara Municipal a doação de um terreno para construção de um hospital.

Em 1938, por força de um decreto presidencial o Círcolo Italiani Uniti teve sua denominação mudada para Casa de Saúde de Campinas, tornando-se uma das principais referências hospitalares da cidade.

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