Em comemoração ao Dia Mundial da Água, o prefeito de Campinas, Jonas Donizette, assinou nessa quarta-feira, 22 de março, o decreto de desapropriação das áreas, no distrito de Sousas, onde será construído o reservatório de água bruta de Campinas como resultado do “Projeto Nosso Cantareira”.

“Campinas precisa estar preparada para eventuais crises no abastecimento de água. Com essa barragem, estaremos garantindo a segurança hídrica da cidade”, disse Rossini, presidente da Comissão de meio Ambiente da Câmara, que esteve presente no evento de apresentação do projeto.

Os estudos para a construção do reservatório tiveram início em 2014, quando o estado de São Paulo enfrentou uma grave crise hídrica. Para o prefeito Jonas Donizette, o reservatório, além de ser uma obra muito aguardada pela população, é considerado uma das mais importantes do setor de saneamento em Campinas.

“Em 2014 Campinas passou por uma grave crise hídrica e a população percebeu que a cidade não tinha um sistema de preservação próprio. Nós ainda somos dependentes do Sistema Cantareira e hoje estamos lançando o nosso Cantareira. Esse investimento garante a segurança hídrica de Campinas pelos próximos cinquenta anos”, anunciou.

Além da questão da segurança hídrica, o prefeito afirmou que a construção do reservatório vai trazer um ganho ambiental. “Vamos aumentar a área de preservação ambiental em 160 hectares, porque as margens da represa precisam ser preservadas”, apontou.

De acordo com o presidente da Sanasa, Arly de Lara Romêo, o reservatório proporcionará ao município uma autonomia de abastecimento de 70 dias, com um incremento na vazão de dois metros cúbicos (2 m³) por segundo. Hoje, a outorga de vazão é de quatro metros cúbicos (4 m³) por segundo. “Hoje, quando comemoramos o Dia Mundial da Água, é uma data história para Campinas”, complementou.

Desapropriação

A área de desapropriação possui 3.582.143,12 metros quadrados (m²), sendo que o espelho d´água terá 1.632.000 m², com volume útil de água de 17.453.000 metros cúbicos (m³). O investimento total será de R$ 350.875.003,46, recursos que poderão ser obtidos por meio de uma parceria público-privada ou através de vias de crédito junto ao Ministério das Cidades. O prazo para conclusão da obra e início da operação será de 36 meses a partir do início dos trabalhos.

O barramento (represamento do rio) Atibaia trará uma série de vantagens para a região, entre elas: independência do Sistema Cantareira, melhoria da qualidade da água e, consequentemente, redução de gastos com insumo, além de permitir geração de energia. A obra resultará ainda na possibilidade de venda de água tratada para outros municípios e autonomia e segurança hídrica para a cidade, com garantia de abastecimento com qualidade e quantidade.

A conclusão do reservatório ainda resultará na redução dos custos operacionais por meio da desativação da Captação e da Estação de Tratamento de Água (ETA) Capivari, e da redução de três conjuntos moto-bomba da Captação do Rio Atibaia. O barramento poderá ainda ser integrado aos reservatórios de Pedreira e Amparo.

Os estudos para a construção do reservatório tiveram início em 2014, por ocasião da crise hídrica enfrentada pelo estado de São Paulo. Para o prefeito Jonas Donizette, o reservatório é aguardado pela população pela segurança que trará ao abastecimento de água, sendo, também, obra relevante do setor de saneamento em Campinas.

O diretor executivo da Agência das Bacias PCJ, Sergio Razera, destacou a importância do reservatório para o município. “Uma cidade como Campinas não pode ficar à mercê de uma captação afetada, tem que ter mais garantias de abastecimento”. Razera mencionou ainda o reflexo do reservatório na qualidade da água. “A água com melhor qualidade coletada em um período chuvoso será usada em períodos secos, quando o rio apresenta uma condição pior. Ao evitar o uso excessivo de produtos, a água reservada tem várias pontos positivos”, avaliou.