A Câmara de Campinas entregou o Título de Cidadão Campineiro para o Reverendo Pastor Israel Vieira Ferreira (in memorian). A homenagem é uma iniciativa de Luiz Rossini (PV) que presidiu a sessão de entrega do título para a filha do reverendo.

O homenageado nasceu no Rio de Janeiro em 1883 e veio para campinas em 1913. Estudou engenharia nos Estados Unidos e teve sua vida marcada pela continuidade que deu a obra fundada por seu pai, a Igreja Evangélica Brasileira.

Rossini também acompanhou uma homenagem da família que colocou uma placa em homenagem ao reverendo na Junta Militar de Campinas, localizada no prédio anexo à Estação Cultura.

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Veja abaixo quem foi o Pastor Israel Vieira Ferreira

 O vulto majestoso, de quem de modo perene e sem desfalecimento, sempre lutou pelo engrandecimento de nossa Pátria, propugnando com eficácia para que nela viessem a estabelecer-se os ideais mais alevantados; e que tudo fez pelo desejo único de fazer o bem ao nosso amado Brasil e a humanidade, não pode de modo algum ser relegado a penumbra do olvido!

Eis a razão por que aqui focalizaremos tão eminente personalidade: – o Dr. Israel Vieira Ferreira, sobre a qual para relatarmos tudo o que foi sua grandiosa vida, teríamos de discorrer volumes e volumes, mas neste sucinto relato, sintetizaremos ao máximo o que de grandioso fez tão augusto varão!

E no dia de hoje, ao completarem-se setenta e seis anos de seu nascimento não poderíamos deixar de lembrar aquele que tanto bem proporcionou à nossa pátria e à humanidade!

Nascido na Capital Federal em 4 de setembro de 1883 é possuído de profundos e amplos conhecimentos seculares; aos 3 de maio de 1903, viajou para os Estados Unidos onde estudou durante alguns anos na Mount Hermon School. Regressando ao Brasil, completou com brilhantismo seu curso, formando-se em Engenharia. (Gazeta de Notícias – 7 de abril de 1915).

Filho de ilustre brasileiro, o Doutor Miguel Vieira Ferreira, republicano histórico, abolicionista, escritor e fundador da Igreja Evangélica Brasileira.

Notável escritor, abordava no que escrevia assuntos da maior relevância e transcendência. Aos dez anos de idade já era diretor de um jornal: A Estrela D’Alva, cujos artigos eram de grande importância e instrução e escritos por ele mesmo. O primeiro número desse jornal foi publicado no dia 1º de agosto de 1893.

Muito propugnou pela instrução e publicou várias obras de suma importância.

Foi vice-diretor do Ginásio Ruy Barbosa (Gazeta de Notícias – 7 de abril de 1915 e A Época – 30 de março de 1915)

O homem de ação nele manifestou-se fundando escolas. No distrito federal fundou e dirigiu o Instituto dr. Miguel ferreira.

Em 1915 dedicou-se com verdadeira abnegação pessoal ao combate da varíola. Ele e seu irmão o Cel. Joaquim Vieira Ferreira Sobrinho, nessa época capitão do exército, fizeram em janeiro experiências oficiais no Hospital São Sebastião. Acresce que antes das experiências citadas, no Hospital e em residências particulares cerca de 30 pessoas e cerca de 200 assinaturas de pessoas residentes no Distrito Federal curadas de varíola pelos oficiais citados foram apresentadas ao diretor de Saúde Pública. Cerca de 600 variolosos forma por eles tratados. Em Cataguazes – Minas Gerais – conseguiram curar mais de 30 variolosos, dentre os quais um hemorrágico, conforme elogiosas referências da imprensa local e documento firmado pelo sr. Cel João Duarte Ferreira, presidente da Câmara e agente executivo Municipal de Cataguazes. Este importante fato foi narrado nos jornais da época (Gazeta de Notícias – 15 de dezembro de 1915).

Distinguiu-se como militar, onde chegou ao elevado grau de coronel de nosso exército.

Sua modéstia era proverbial, pois nunca procurou fazer alarde de suas qualidades ou pessoa. Inteligente e bom ao extremo, abstraindo-se de si próprio. Agindo com verdadeira abnegação pessoal, este ilustre cidadão, dedicou toda sua existência ao árduo e nobilíssimo mister de instruir e fazer o bem, vendo sempre coroado de êxito seus desígnios! Provou-o de inestimáveis serviços prestados à nossa Pátria e à humanidade!

Este áureo vulto cuja memória é inolvidável e imensamente agradável não mediu sacrifícios e esforços para levar o Bem que de si irradiava às almas que necessitavam de seu benéfico auxílio!

Reconhecido pelo Povo do Senhor como eleito por Cristo – Pastor da Igreja Evangélica Brasileira – em 24 de setembro de 1911 (Diário Oficial  de 7 de outubro de 1911). Pela constituição do Pastor Ver. Israel Vieira Ferreira realizou-se em sua plenitude o que fora por Deus prometido a Miguel quando ainda em seus primórdios a gloriosa Obra que Deus estabelecera na Terra em 11 de setembro de 1879, na Capital Federal.

De grande magnificência, de profícuo labor e bênçãos excepcionais foram os quarenta e sete anos de sue glorioso pastorado, caracterizado pela expansão da obra; onde vimos, além da Sede fundada no Rio pelo Dr. Miguel e das congregações já existentes, surgirem diversas congregações: – No Rio (Vigário Geral), em São Paulo (Capital, Rio Pequeno, Curitibanos e Guaiaúna), na Bahia (Três Barras, Poções), em Pernambuco (Recife), no Rio Grande do Sul (Niterói) e mais cerca de 48 pontos de pregação em diversos Estados do Brasil, onde refulge a luz do Céu, clareando de tal modo o meio-ambiente, onde se manifesta que os predestinados para a Salvação passam a enxergar o que não viam conhecendo, assim, o que até então ignoravam.

Essa última fase de sua vida pública é descrita com certa amplitude pelo professor Émile Leonard Da École Pratique Des Hautes Etudes – A La Sorbone, em volume que publicou recentemente sob o título – L’illuminisme Dans Um Protestantisme De Constituition Recente – Brésil.

Aos 31 de janeiro de 1959 foi recolhido à mansão dos justos, onde goza junto ao seu Deus e Senhor a bem-aventurança eterna!

Mas, Israel permanece nos que, escutando suas palavras santas, guardam seus ensinos, assimilando a doutrina por ele pregada! Esses iluminados, pela luz dos Céu, podem enxergando além do que é material, aperceber-se da grandiosidade da Obra, que o Excelso realiza na Terra por intermédio de Sua Igreja! Deus é Fiel!

 (Transcrito de A Gazeta – 4 de setembro de 1959)