Rossini elaborou uma Moção na qual apela ao governo de São Paulo e à Presidência da República para tomar providências no sentido de adotar medidas de ajuda financeira às escolas de ensino particulares.

No documento, Rossini lembra da imensa dificuldade por que passa a grande maioria das escolas particulares de ensino básico, por conta da pandemia do novo coronavírus. “Apesar de as escolas não estarem abertas, o funcionamento delas não parou. Na rede particular de ensino, as atividades continuam com aulas ministradas de maneira virtual remota, com o uso da internet e outros meios tecnológicos”, descreve.

Muitas escolas, segundo Rossini, inclusive, tiveram aumento em seus custos, não só pela necessidade de adequação de suas atividades ao fornecimento de conteúdo remoto, pela aquisição de equipamentos, como pelo desenvolvimento de conteúdo próprio para essa modalidade de ensino, que acarretou um número muito alto de horas extras do corpo docente para preparação, planejamento e gasto extra de material. Somado a isso, as escolas permanecem tendo os mesmos custos que já tinham antes da pandemia, tais como os aluguéis e a folha salarial de professores.

“Com o distanciamento social irá perdurar mais algum tempo, o que torna cada vez mais difícil convencer os pais a continuarem pagando suas parcelas sem desconto e sem dias oficialmente previstos para reposição. As escolas podem até aguentar um mês ou dois, mas seis meses será uma tragédia e as consequências com demissões serão ainda mais devastadoras”, relata.

De acordo com a categoria, já está ocorrendo uma grande inadimplência na educação infantil nas escolas pequenas, que representam a maioria no Estado de São Paulo. São cerca de 80% do total, gerando grande apreensão. De acordo com as pesquisas, o setor privado atende atualmente 15 milhões de alunos, além de empregar 1,7 milhão de trabalhadores, dos quais, 800 mil são professores.

Estas escolas atendem principalmente alunos de famílias das classes B, C e D, as mais duramente atingidas pela onda de desemprego e perda de remuneração. E são talvez as que mais estão sentindo a crise que começou em março, mas que não tem data alguma para terminar. Entre as medidas sugeridas estão o acesso a linhas de crédito para capital de giro com juros baixos, o abono dos impostos para as escolas de ensino infantil e fundamental com até 600 alunos durante o período que durar a pandemia.

“Ajudar a escola neste momento é também ajudar as famílias dos alunos, que estão passando por dificuldades e não estão conseguindo honrar as parcelas. Por isso, outra medida muito benéfica seria a concessão de um voucher para as famílias mais vulneráveis, com recursos transferidos diretamente para as instituições”.

Rossini ressalta ainda que se a escola particular quebrar, o efeito cascata pode ser facilmente percebido, com milhares de alunos migrando para as redes públicas, que não terão como acolher as crianças. O custo para o estado receber esses alunos seria muito maior a médio e longo prazo, haja vista que a prestação do serviço educacional particular isenta o estado e os municípios de gastar bilhões de reais.