O alto comando do setor de segurança em Campinas, presente na Comissão Especial de Estudos (CEE) da População de Rua, presidida pelo vereador Luiz Rossini (PV), relatou casos de violência entre os moradores de rua na cidade.

O capitão da Polícia Militar André Luiz Pereira contou que foram registrados um caso de homicídio entre moradores de rua, dois casos de estupros envolvendo essa população, além de 60 casos de pessoas procuradas pela Justiça. Já o subcomandante da Guarda Municipal Márcio Boldrin afirmou que 14% das solicitações da GM envolvem os moradores de rua, e destes 13% são verificações de uso de entorpecentes.

Segundo levantamento realizado pela prefeitura em 2016, existem 623 moradores de ruas no município. Destes 80% faz uso de substâncias psicoativas ou álcool e 34% são egressos do sistema prisional. A maioria é homem, não brancos, com média de idade de 40 anos e baixa escolaridade. Cerca de 50% é de Campinas ou tem algum parente ou familiar na cidade.

“A percepção da sociedade é muito ampla e complexa. Muitos se setem incomodados; outros têm um olhar mais humano. Nosso desafio é entender os motivos que levam às pessoas a ir para as ruas e propor soluções adequadas para minimizar a situação”, ponderou Luiz Rossini.

Tanto a Polícia Militar quanto a Guarda Municipal informaram que recebem pedidos de munícipes e lojistas da região central que pedem ação de segurança em decorrência de pequenos delitos ou mesmo para retirada do morador de rua da frente dos estabelecimentos comerciais.

“Nosso papel é de apoio aos agentes públicos”, destacou Luiz Augusto Baggio, secretário municipal de Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública. “As forças de segurança não podem se abster”, complementou o tenente coronel Ivair Nunes Pereira, do Comando de Policiamento de Área do Interior 2, que fez questão de frisar que a problemática que envolve os moradores de rua passa pela depredação das áreas com as ocupações de espaços públicos e imóveis abandonados. “Temos de refletir sobre o ambiente que cerca a localidade”, finalizou.

Para o major Émerson Massera Ribeiro, comandante interino do 8º Batalhão da Polícia Militar de Campinas, a questão da segurança é reflexo da consequência desse processo. “Precisamos atacar as causas”, advertiu.

Estiveram presentes na reunião ainda Marcos Ferreira, representando o Conselho de Segurança do Taquaral, além dos vereadores Ailton da Farmácia (PSD) e Paulo Haddad (PPS), Marcos Bernardelli (PSDB) e Carlão do PT.