Campinas inicia o inventário de Gases de Efeito Estufa (GEE) junto com os municípios da RMC (Região Metropolitana de Campinas). A ordem de serviço para execução do trabalho foi assinada pelo prefeito de Campinas, Jonas Donizette, e o secretário do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Rogério Menezes.
O inventário GEE, que incluirá os 20 municípios da RMC, vai levantar a quantidade de gases de efeito estufa emitidos na região e quais os setores mais poluentes. A partir desses dados, serão propostas ações específicas para minimizar os efeitos nocivos e melhorar a qualidade do meio ambiente.
“Estamos dando mais um passo para transformar nosso município em uma cidade cada vez mais sustentável”, afirmou Rossini, presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara e que representou o Legislativo durante o ato da assinatura da ordem de serviço.
Assim, Campinas será o primeiro município do Brasil a fazer um inventário regional. Cidades como São Paulo e as da região do ABC elaboraram esses levantamentos, mas de maneira específica ou abrangendo poucos municípios ao redor, sem levar em conta toda a região metropolitana.
“A elaboração do inventário de gases do efeito estufa em âmbito regional é muito importante. O que iniciamos agora será o primeiro do Brasil neste formato, com 20 cidades da região metropolitana. O inventário é específico de efeito estufa, porque esses gases interferem na qualidade do ar. É uma preocupação mundial. Estamos dando um grande passo, porque teremos parâmetros para o desenvolvimento de políticas públicas em meio ambiente”, disse o prefeito Jonas Donizette.
De acordo com o secretário municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Rogério Menezes, não existe limite de fronteiras municipais para as questões do meio ambiente, especialmente no que diz respeito à emissão de gases. O objetivo principal do inventário é levantar as fontes de emissão dos gases de efeito estufa resultantes das atividades em Campinas e região.
“Teremos 20 técnicos, de cada prefeitura da região, levantando as informações necessárias para saber quanto de CO2, que é o principal gás do efeito estufa, está sendo emitido pelo transporte, pelos resíduos, pelo esgoto, pelas atividades industriais e residenciais. Vamos saber quanto é emitido e em quais setores. Na questão da mudança climática, temos que pensar de forma global, porém agir localmente”, disse o secretário Rogério Menezes.
Um consenso entre os participantes da cerimônia é que a RMC já sofreu com eventos que podem ser decorrentes das mudanças climáticas, como a microexplosão e a crise hídrica. “É fundamental a participação dos municípios nessas ações de meio ambiente. Queremos melhorar a Região Metropolitana de Campinas”, disse a diretora-executiva da Agência Metropolitana de Campinas (Agemcamp), Ester Viana.
O valor total investido para elaboração do inventário de gases será de cerca de R$ 420 mil, recursos que virão do Fundo de Meio Ambiente de Campinas (Proamb). O inventário será realizado durante o ano de 2018, pela empresa Waycarbon Soluções Ambientais e Projetos de Carbono Ltda.
Também participaram do evento o secretário municipal de Serviços Públicos, Ernesto Paulella; representante da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Jussara Carvalho; representante do Iclei – Governos Locais para Sustentabilidade, Igor Albuquerque; funcionários e vereadores.
Medidas de Campinas
Campinas já tem tomado medidas concretas para reduzir as emissões dos gases de efeito estufa. A cidade conta com dez ônibus elétricos em circulação na frota municipal, o que reduz as emissões em 50 toneladas de gás carbônico ao ano.
Até março deste ano, a cidade vai chegar a um milhão de mudas de árvores plantadas desde 2013. Essas árvores vão conseguir, ao longo da fase de crescimento, de cerca de 20 anos, sequestrar 140 mil toneladas de gás carbônico do ar.