A Câmara de Campinas entregou no dia 1 de dezembro, na véspera do Dia nacional do Samba, o Diploma Noel Rosa, homenagem criada pelo vereador Luiz Carlos Rossini (PV) para ser concedida a sambistas, a grupos de samba ou a agremiações que tenham se destacado na divulgação, promoção, difusão e fortalecimento do samba na cidade.

Foram homenageados André Oliveira, Bruna Volpi, João Mesa de Bar, Chokito, Valbão, e os grupos Samba de Gaveta e Quarteto de Cordas Vocais.

Acompanhe como foi a entrega do Diploma Noel Rosa

A premiação visa valorizar os artistas locais que tentam manter viva as raízes e as tradições dessa genuína manifestação da cultura brasileira na cidade de Campinas. A reunião solene de entrega da homenagem está marcada para as 20 horas no plenário da Câmara Municipal, na Avenida Roberto Mange, 66 – Ponte Preta. Os artistas agraciados prometem fazer uma verdadeira “festa” e apresentar famosas canções da Música Popular Brasileira após a cerimônia oficial.

Além de Rossini, os vereadores Permírio Monteiro (PV), Gustavo Petta (PCdoB) e Jorge Schneider (PTB) foram os autores dos projetos que concederam o Diploma Noel Rosa aos sambistas.

Os homenageados

André Oliveira

André Bernardo de Oliveira, conhecido como André Oliveira, é filho de Aparecido Bernardo de Oliveira e Iracema Benedita Augusto de Oliveira. Nasceu em 16 de agosto de 1978, em Campinas.

Aos 8 anos começou a escutar samba, influenciado por um afilhado de seus pais que frequentava sua casa. Na época, escutavam Agepê, Roberto Ribeiro, Beth Carvalho, Luiz Ayrão, Bezerra da Silva, Cartola, Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, Benito de Paula entre outros.

Com 15 anos, passou a aprender e a tocar cavaquinho, sendo convidado para fazer parte do Grupo Simplicidade, formado por amigos do Jardim São Vicente onde morava. Já naquela época tocava em vários bares.

Participando de vários grupos, como o Além da Razão e o Ária, foi ficando a cada vez mais conhecido entre os sambistas de Campinas.

Começou então a ser convidado a fazer free lance com vários artistas já reconhecidos na cidade e na região, tais como Ilcéi Miriam, Niva do Partido Alto, Valeria Santos, Ido Luiz, Bruna Volpi, Aureluce entre outros.

Com o passar do tempo foi se aprimorando, e sendo convidado a fazer parte de bandas para acompanhar artistas como Royce do Cavaco, Carica, Biro do Cavaco, Mario Sérgio entre outros.

Atualmente é cantor, músico, compositor. Já tem uma música gravada no CD Bambas Regionais, e está preparando seu primeiro CD solo.

Toca com o seu grupo, Os Batuqueiros, em vários bares da cidade, como Tônicos Boteco, Bar do André, Seo Ângelo, Black Sambar, Casa Rio, entre outros.

É amante nato do samba de raiz, e espera um dia poder dedicar-se exclusivamente a essa arte e cultura que o encanta.

Bruna Volpi

Bruna Volpi sempre foi apaixonada por ritmos e poetas brasileiros. Iniciou seus estudos musicais aos 8 anos de idade, quando começou a estudar canto e música no Conservatório Carlos Gomes de Campinas, onde também se formou no curso técnico de Música Popular. Formou-se também no curso de Canto MPB/Jazz no Conservatório de Tatuí.

Estudou Licenciatura em Música na UFSCAR por dois anos, canto erudito em Tatuí por três anos e meio, estudou teatro no Téspis Campinas. Ainda fez curso de Fisiologia da Voz com a doutora Ana Lúcia Spin, curso complementar de maracatu e de percussão, e Canto Popular no Festival de Ourinhos.

Como atriz, se apresentou com o grupo Tespis em “A Ópera do Malandro”, de Chico Buarque; e em “Folias do Coração”, de Geraldo Carneiro, com qual ficou em cartaz no Centro de Convivência em janeiro de 2011.

Como educadora vocal, lecionou na escola Télos, na Chorus e na Fundação Orsa, onde trabalhava com crianças e jovens carentes, ministrando aulas de música e canto popular para integrantes do projeto Banda Bate Lata.

Realiza trabalhos de workshop, juntamente com Ana Lúcia Spina, para fonoaudiólogos e também para profissionais da voz. Juntas, em 2015, fundaram o projeto “Nós na Voz”, na qual compartilham seus conhecimentos e experiência na área da voz e do canto.

Suas experiências profissionais são fortemente ligadas à Música Popular Brasileira. Atualmente seus trabalhos estão ligados ao samba, mas possui um repertório que passeia por ritmos brasileiros como baião, xote, choro, frevo, e, eventualmente, uma pitada de jazz.

Bruna participou de inúmeros e importantes festivais nacionais, apresentando canções inéditas, como no Festival Nacional da Canção da Fenac; Festival Viola de Todos os Cantos da EPTV, no qual foi a primeira a ser selecionada para a final com um frevo em toda a história do festival. Participou também do Festival da Canção de Andradas, na qual foi consagrada como a Melhor Intérprete; e trabalhou como jurada no Metrocamp Music Festival.

Em 2012, passou a fazer parte do Dicionário Cravo Albin da MPB, uma obra de referência para os estudiosos da Música Popular Brasileira.

Em 2013, com o apoio da Prefeitura Municipal de Campinas, lançou seu primeiro CD com canções inéditas, intitulado ‘Bruna Volpi”. Neste álbum, a cantora simboliza sua paixão pelos ritmos brasileiros, mostrado em arranjos com ênfase no samba e também com citações ao frevo, maracatu, choro e baião.

No início de 2016, lançou o álbum “Noutra Roda de Samba”. Uma coletânea de sambas já gravado por ela, com gravações realizadas desde 2010 até 2015, e duetos com Milton Bortoletto, Diego Moraes, Edinho Silva, Paulino Neves e Gustavo.

Em 2017, venceu o concurso de samba enredo do tradicional Bloco Carnavalesco Nem Sangue Nem Areia, bem como puxou o samba no desfile do bloco pelas ruas da Vila Industrial.

Chokito

Walmir Benedito Tomaz, carinhosamente conhecido como Chokito, é filho de Moacir Thomaz (in memoriam) e Aparecida Thomaz (in memoriam). Nasceu em Campinas no dia 15 de abril de 1960.

Começou muito jovem a ouvir Chico Buarque, Adoniram Barbosa, Noel Rosa e Cartola. Ainda na adolescência escutava grandes cantores e cantoras da Música Popular Brasileira, como Clara Nunes, Dona Ivone Lara, Acione, Beth Carvalho, Leci Brandão, Paulino da Viola, Benito de Paula, Jorge Aragão, Roberto Ribeiro, Candeia, João Nogueira, João Bosco entre outros.

Aos 16 anos começou a tocar e cantar em Escolas de Samba, Grupos de Samba, Rodas de Sambas e Bailes de Carnaval nos clubes Andorinha, Concórdia, Ponte Preta, Tênis Clube, Jaguar e outros. Também atuou como empresário e produtor do Grupo Clave de Azes.

Formado em Marketing e Propaganda, atualmente é dono da marca “Grupo Sabor Brasil”, na qual é músico e vocalista, apresentando-se em diversos bares e hotéis da cidade e região, tais como Boteco do André, Candreva, Flor de Lis, Cangaceiro, Bar do Jair, Casa São Jorge, Barracão de Zinco, The Royal Palm Plaza, Hotel Fazenda Santa Mônica, Vacance Hotel, Hotel Vitória entre outros.

Tem como carro chefe de suas apresentações um repertório 100% de sambas tradicionais e de raiz, acrescentando composições de Milton Nascimento, Gonzaguinha, Djavan, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Bem, Tim Maia, Vinícius de Moraes e Toquinho.

Também trabalhou em projetos voltados à consciência negra na cidade de Campinas juntamente com o Sesc Campinas e o Sesc São Paulo.

João Mesa de Bar

João Nilton de Camargo, conhecido como João Mesa de Bar, iniciou seus estudos musicais aos 15 anos com professor particular. Em seguida se formou no curso de cavaquinho na Ophicina do Som. Foi  aluno do Conservatório de Tatuí, nos anos de 2003 a 2008 onde cursou bandolim com o professor Altino Toledo da área de MPB e Jazz.

Trabalhou em Campinas nos principais conservatórios e escolas de música, bem como na Ophicina do som, no Conservatório Mozart e no Conservatório Muziarte com aulas e oficinas de música desde 1999. Atualmente é professor do Conservatório Carlos Gomes de Campinas.

Participa de grupos e projetos musicais na cidade como o Grupo Mesa de Bar e Projeto Pagode da Vó Tiana, que se apresentam com frequência nas boas casas de música ao vivo do Estado de São Paulo.

Apresentou-se com alguns nomes consagrados da música brasileira como Monarco, Mauro Diniz, Almir Guineto, Reinaldo, Luiz Carlos da Vila, Nanãna da Mangueira, Nelson Sargento e projeto Cacique de Ramos, Wanderley Montreiro e Ataulpho Alves Jr.

Em Campinas trabalhou em alguns dos principais conservatórios e escolas de música, bem como na Ophicina do som, no Conservatório Mozart, e no Conservatório Musiarte. Atualmente é professor do Conservatório Carlos Gomes de Campinas onde ministra aulas de violão e cavaquinho.

Valbão

Valber José da Silva, conhecido como Valbão, nasceu no dia 02 de fevereiro de 1963, em Campinas. Filho de Fausta da Silva e Orlando Eugênio da Silva (in memoriam), desde a infância escutava discos de Jamelão, Mestre Marçal, Originais do Samba, Cartola e Nelson Cavaquinho.

Em meados dos anos 80 começou a se apresentar com o grupo Nova Manhã, em um dos bares mais famosos na cidade: o Bar Carinhoso. Em 1990, recebeu proposta para tocar e cantar profissionalmente na tradicional Boate O Cangaceiro, iniciando uma trajetória com show de mulatas e eventos.

Em 1994, foi convidado a integrar o Grupo Imagem & Cia, na qual inicia sua segunda etapa como sambista, apresentando-se principalmente na Casa Tattos, em Vinhedo, ficando até o ano de 2000.

Valbão é dono de uma voz possante e um timbre ímpar que o destacou como um perfeito intérprete de sambas enredos. Gravou e interpretou vários sambas de enredo, destacando-se e ganhando vários prêmios. Já são 16 prêmios recebidos, em 18 disputados, nas cidades de Campinas, Valinhos e Vinhedo.

Também foi convidado a gravar jingles políticos e propaganda para rádio e televisão. Essa vertente lhe possibilitou, em 2004, gravar o jingle do Carnaval da Kaiser, intitulado “Vem Kaiser Vem”, que foi veiculado no Sambódromo Paulistano.

Por esse motivo foi convidado a gravar, no ano de 2011, o jingle “A Paixão do Brahmeiro”, gravado juntamente com ritmistas das escolas paulistanas e que foi veiculado pela mídia em rede nacional.

Além da participação em um vídeo que consta até hoje no site da Brahma, recebeu o convite para assistir o desfile das Campeãs no camarote da Brahma no Rio de Janeiro.

Atualmente, trabalha no samba tocando e cantando com diversos grupos. Participa de carnavais como intérprete de samba enredo em diversas casas como Tônicos Boteco, Villa de São Paulo, Casa São Jorge, Casa Rio, Bar do André. Também é o intérprete principal da City Banda de Campinas.

Quarteto de Cordas Vocais

Fundado em 1995, o Quarteto de Cordas Vocais (QCV) confere uma roupagem particular a tudo que interpreta. Arranjos vocais e instrumentais são executados pelo grupo formado por cantores, multi-instrumentistas e compositores.

A partir de outubro de 2000, o grupo iniciou em Campinas um projeto de valorização do samba, promovendo rodas de samba em centros culturais, teatros, bares e espaços populares como o Centro Cultural Evolução, com o Revivendo o Samba, e Mercado Municipal de Campinas, com o Samba do Mercadão.

Em 2010, O QCV se apresenta em Genebra a convite da Organização das Nações Unidas, sendo recebidos pela embaixadora da missão permanente do Brasil na ONU. Hoje o grupo encabeça o Samba da Vila, encontros quinzenais na Vila Industrial, um dos bairros mais antigos da cidade.

O som feito pelo quarteto de Campinas, interior de São Paulo, é cacifado por bambas como Guilherme de Brito, Walter Alfaiate, Monarco, Nelson Sargento, Noite Ilustrada, Nei Lopes, Moacir Luz e Wilson das Neves, a quem já acompanharam.

A tais pesos pesados, juntam-se outros gigantes como Hermeto Pascoal, Ná Ozzeti, Maurício Pereira, Niltinho Tristeza, Noca da Portela, Jards Macalé, Marcos Sacramento, Zé Renato, Wilson Moreira, Darcy da Mangueira, Dona Inah e Áurea da Portela.

E, porque há outros e tantos, o QCV resolveu alçar voo próprio e lançar seu primeiro CD. Intitulado Pra cantar a batucada, traz arranjos vocais e instrumentais em uma releitura própria e com extensa pesquisa de repertório do samba. O disco foi indicado ao 26° Prêmio de Música Brasileira de 2015.

O grupo é formado por Adriano Dias (voz, percussão, ‘rabecolão’, flauta, viola e violão de sete cordas); Allessandro Dias (voz, violão, cavaquinho, viola e percussão geral); Déo Piti Ed (voz, percussão geral e pandeiro); e Rodrigo Duarte (voz, violão, percussão geral e surdo).

Samba de Gaveta

Composto por cinco integrantes, Samba de Gaveta tem cinco vocais, violões de 7 e 6 cordas, cavaquinho e percussão. Ronei Carnier, Adilson Pontin, Pedro Pezão, Sinezio Shina e Dino Palma compõem o grupo cuja formação atual se deu recentemente: no início deste ano, mas Samba de Gaveta existe desde 2012. O grupo tem se apresentado em bares, restaurantes e festas corporativas e particulares, sempre com ingressos esgotados.

O grupo vem conquistando o público de Campinas e região com um repertório selecionado e arranjos únicos. São sambas de Benito di Paula, Agepê, Originais do Samba, Tim Maia, Jorge Bem Jor, Clara Nunes e de outros nomes que fizeram sucesso entre os anos de 1965 a 1985.

O recorte do período tem um propósito. Foi uma época muito rica em todos os aspectos no nosso país, econômico, político, social e, principalmente, cultural. O Samba de Gaveta percebeu com a realização das apresentações que as pessoas gostam muito da nossa seleção, pois sabem cantar todas as músicas e fazem uma verdadeira viagem no tempo.

Eles agradam não só pela qualidade de nossa música, que é altíssima, mas também porque as canções selecionadas povoam o inconsciente coletivo de todos que os acompanham, pois fazem um bom samba e entregam um pacote de nostalgia.