Pela terceira vez consecutiva, a Câmara de Campinas, prestou homenagens a sambistas e agremiações que se destacaram na divulgação, promoção, difusão e fortalecimento do samba na cidade, com a entrega do Diploma Noel Rosa, premio criado pelo vereador Luiz Carlos Rossini (PV).

A sessão solene da premiação foi realizada no dia 02 de dezembro, data na qual se comemora o Dia Nacional e Municipal do Samba, no plenário da Câmara Municipal.

Desta vez foram homenageados Liberato de Moraes, o Beiçola (in memoriam); Beth Rodrigues; Beya Zumbideira; Cota do Cavaco; Edson Jóia; Ido Luiz; Malu Nascimento; Markinhos Clave de Azes e Nem Sangue Nem Areia, da Vila Industrial, que este ano completa 70 anos de fundação, sendo o bloco de Carnaval mais antigo de Campinas.

Os artistas agraciados fizeram uma verdadeira “festa” e apresentaram famosas canções da Música Popular Brasileira após a cerimônia oficial. Além de Rossini, os vereadores Gustavo Petta (PCdoB), Aurélio Cláudio (PMB) e Luis Yabiku (PSB) foram os autores dos projetos que concederam o Diploma Noel Rosa aos sambistas.

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Os homenageados

Beiçola (in memoriam)

Liberato de Moraes, o popular “Beiçola”, nasceu em Santo Antônio de Posse no ano de 1926, no dia 26 de julho. Ainda jovem, veio para Campinas, trabalhou na prefeitura, aqui se casou com Maria José Gomes Moraes e constituiu sua família. Tiveram dez filhos. Morava no Taquaral e lá fundaram a Escola de Samba Estrela D’alva no ano de 1950 juntamente com seus amigos, “Seo Marcílio e “Seo Ipê”. Em uma conversa na mesa de bar decidiram pelas cores da escola azul e branca e simbolizando, uma estrela. A escola foi presidida por Beiçola até o ano de 1978. Ao longo desses anos a escola teve vários títulos, sendo reconhecida em várias cidades do Estado de São Paulo. É a escola mais antiga de Campinas e uma das mais antigas do Brasil. Beiçola, além de um grande sambista, também foi torcedor símbolo do Guarani Futebol Clube. Acompanhava o time em todos os jogos, e viu o Guarani ser o primeiro campeão brasileiro do interior. O sambista faleceu em 1979. Atualmente a Estrela D’alva está sediada na Vila Costa e Silva desde 1975, e sob o comando de uma das filhas de Beiçola, Claudelina de Moraes, a Iná. O prêmio foi recebido por Michel, Neto de Beiçola.

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Beth Rodrigues

Elizabeth Rodrigues Alves, mais conhecida como Beth Rodrigues, nasceu em Campinas em 22 de outubro de 1958. É filha de Armando Rodrigues (In Memorian), que foi ponta esquerda da Associação Atlética Ponte Preta, e de Anézia Prado Rodrigues. Começou a cantar na escola primária da quarta série quando fazia parte do Orfião, o Coral da Escola. Influenciada pela irmã Ivanir Rodrigues, também cantora, que levava Beth em suas apresentações, colocando-a para cantar. Uma dessas apresentações era em um antigo programa chamado “Campinas se Diverte”, que ocorria aos domingos no antigo Cine Casa Blanca, hoje Teatro Castro Mendes. Daí em diante não parou mais. Participou de festivais em São Paulo, juntamente com o Grupo Toque de Malícia, na qual foi integrante por cinco anos. Foi intérprete da Escola de Samba Renascença durante 14 anos e intérprete da Escola de Samba do Grajauna por dois anos. Atualmente é cantora do Grupo Sol e Samba, onde estão juntos a 31 anos. Apresentou-se, e se apresenta em várias casas do ramo na cidade de Campinas e na região, tais como Casa São Jorge, Boteco do Jair, Boteco do André, Clube da Bosch, Estação Beer entre outras. Ama muito o que faz, e é muito grata a todos, e a todas oportunidades, que lhe foi dada para continuar cantando.

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Beya Zumbideira

Aristides Felix Filho nasceu no dia 15 de outubro de 1963 em Campinas. Começou a mostrar o seu dom musical aos 12 anos quando exibia um breve canto para as pessoas que pediam em troca de doces, onde comprava alimento para a família a pedido da sua mãe. Com o passar do tempo, já na adolescência, passou a frequentar Bailes Black com os amigos. Nesse período acabou se tornado DJ da época. Já com uma tendência musical, foi levando esse gosto para os instrumentos. Começou com o cavaquinho e aprendeu a tocar de ouvido. Sabendo o básico, resolveu montar um grupo de samba chamado Regra 1. Se apresentou em bares, salões, restaurantes e em shows em campinas e região até o ano de 1998. Com o fim do grupo passou a tocar como free lance acompanhando vários grupos e cantores. Acrescentou o seu dom musical tocando cavaquinho, violão e percussão. É também cantor e compositor, sendo conhecido como um músico auto didata, chamado pelo o pseudônimo de Beya Zumbideira.

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Cota do Cavaco

João Henrique dos Santos é o nome civil do cidadão natural de Campinas, conhecido como “Cota do Cavaco”, que desde 1981 atua no circuito musical. Espelhando-se na formação instrumental do Grupo Fundo de Quintal, foi o pioneiro no interior paulista a acompanhá-lo, com cavaco, banjo, violão, tan tan, repique de mão e pandeiro, nascendo o grupo Nova Morada. Com uma visão mais profissional em 1991 fundou o grupo Tom Maior. Com o mesmo gravou dois trabalhos em vinil e CD. Também teve a honra de acompanhar artistas renomados, como Zeca Pagodinho, Jovelina Pérola Negra, Mauro Diniz, Dona Ivone Lara, os grandes Geraldo Filme e Aniceto do Império, entre outros. A partir de 1996 resgatou no palco a tradição do samba de roda, na qual músicos sentados com a participação direta do público, levava show a vários espaços culturais de Campinas e da Região, sempre divulgando os sambas tradicionais.

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Edson Jóia

Nascido em Campinas, Edson de Freitas Ferreira, o Edson Jóia, muito cedo, influenciado por seu pai, o músico Jacinto Ferreira, tomou gosto pela música. Ainda criança participou de vários eventos ligados ao mundo do samba na companhia do pai. Porém, sua primeira experiência com o Carnaval foi na cidade de Conceição de Macabú, no interior do Rio de Janeiro. Lá, sempre ao lado do pai, desfilou no Bloco dos Sujos O Boi Pintadinho. Já na adolescência desfilou em várias escolas de samba na cidade de Campinas. Também teve participação em diversos grupos de samba e pagode. O Carnaval sempre esteve ligado à vida desse artista. E desde muito cedo começou a receber incentivo e apoio devido ao seu potencial de voz para se tornar intérprete de sambas de enredo. Como nunca teve medo de desafios, resolveu aceitar e enveredar-se para essa difícil arte, estando à frente das Escolas de Samba Águia da Avenida, Acadêmicos da Claridade, Pérola Negra, Vaiquenké, Leões da Padre Anchieta, Unidos do Paranapanema, Unidos do Grajauna, Leões de Monte Alegre, Ponte Preta, Renascença e Águia de Ouro. O músico, além de intérprete, é compositor. Já assinou sambas para a maioria das Escolas de Sambas de Campinas e região. Fez parte também da ala de compositores de diversas Escolas de Samba da cidade de São Paulo, como Tom Maior, Rosas de Ouro, Unidos do Peruche e Morro da Casa Verde. Atualmente, é componente da ala de compositores de suas escolas de coração: a Camisa Verde e Branco, de São Paulo, e a Império Serrano, do Rio de Janeiro. Edson também ajudou a divulgar o samba nas emissoras de rádio. Assim, como radialista, iniciou a carreira em 1984, na Rádio Princesa D’ Oeste, em Campinas. Seu primeiro programa foi “A Hora e a Vez do Samba”, ancorado pelo saudoso Lord Edgard de Souza. Em 1987, esteve na Rádio Central de Campinas, com o programa “Roda de Samba”, ao lado do Nei Gonçalves. Nesse programa, ao entrevistar a querida Jovelina Pérola Negra, recebeu dela o pseudônimo de Jóia. Daí, o adotou como nome artístico. Desde 1996 íntegra o quadro de correspondentes de um dos grandes programas de samba, o “Rede Nacional do Samba”, comandado por Evaristo de Carvalho, um dos maiores conhecedores de samba do país. Esse programa é apresentado todos os domingos pela 105 FM. Em 2007, se torna comentarista de Carnaval da TVB, emissora do Sistema Brasileiro de Televisão. A arte está no sangue desse artista, tanto que fez curso de teatro e atuou em diversas peças como ator e diretor. Integrou a Companhia de Comédia “Pirilampos do Riso”, como ator e escritor. Também já encenou o “Auto de Natal” e “A Paixão de Cristo”. No ano de 2006, Edson Jóia assume a presidência da Liga das Escolas de Samba de Campinas, a LESCA. Em 2008, é reeleito para mais um mandato de quatro anos. Atualmente, ele ministra palestras e oficinas sobre o samba e o Carnaval pelo interior do Estado de São Paulo, proporcionando a mais pessoas adquirirem conhecimento sobre essa arte, principalmente as crianças. Edson Jóia ainda realiza shows para divulgar a raiz do samba genuinamente brasileiro. O artista se apresenta acompanhado de sua banda. Nos shows, há sempre espaço para mostra de um espetáculo carnavalesco, com bateria de escola de samba, mulatas, baianas, passistas, destaques de luxo, mestre sala e porta bandeira. Assim, Edson Jóia faz com que os locais das suas apresentações, se transformem em uma verdadeira “Marques de Sapucaí”. O sambista ainda está preparando o lançamento do seu primeiro CD.

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Malu Nascimento

Marli Batista dos Santos Nascimento, conhecida como cantora Malu Nascimento, nasceu em Campinas e desde muito nova apresentou um gosto musical apurado pela Música Popular Brasileira. Já ganhou vários troféus como melhor intérprete e participou de dezenas de festivais. Cantora de música brasileira desde 1978, está inscrita na OMB, a Ordem dos Músicos do Brasil. Já se apresentou em casas famosas e tradicionais de Campinas, como o Flor de Lis e o Cangaceiro. Seus trabalhos mais recentes incluem ainda a Casa Rio, o Dona Beleza, o Vila Bambu, o The Royal Palm Plaza, o Sesc, entre outros. Também cantou em casas de espetáculos e bares noturnos em outros estados, como a casa de show Excalibur e Dom Corleone, no Rio de Janeiro. Moradora de Campinas, leva a todos a boa música popular brasileira, com canções de qualidade criadas por Noel Rosa, que batiza esse prêmio da Câmara de Campinas; Paulino da Viola; Elton Medeiros; Jorge Aragão; entre outros grandes compositores.

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Markinhos Clave de Azes

Era meados de janeiro do ano de 1972 quando orgulhosamente Marcos Donizete dos Anjos, o Markinhos Clave de Azes, foi apresentado por seu irmão mais velho Amauri Salomão dos Anjos (in memorian) ao Bloco Carnavalesco denominado “Nem Sangue Nem Areia”, da Vila Industrial. Após vários dias de ensaios na função de percussionista, tocaram, cantaram e desfilaram no Carnaval daquele corrente ano, iniciando assim a maravilhosa, sonhada e apaixonante trajetória da vida deste sambista. Em seguida, nos anos de 1974, 1975 e 1976, Markinhos, um jovem sonhador, teve a oportunidade e a felicidade de vencer respectivamente, por três anos consecutivos, os festivais de Música Estudantil, realizado pelo Colégio Estadual da Vila Teixeira, escola na qual estudou e se formou no ensino fundamental. Com o passar dos anos, desfilou em várias Escolas de Samba de Campinas, tais como Aristocratas do Samba, Estrela Dalva, Nem Sangue Nem Areia, sempre tocando seu cavaquinho, cantando e compondo suas próprias músicas, até a década de 1980, momento em que os grupos de pagode virou moda e estourou em todas as rádios FMs de todo o país. Embalados pelo clima musical da época, Markinhos, juntamente com mais cinco amigos, resolveu criar e registrar a logomarca denominada “Clave de Azes”, pseudônimo de um grupo de samba e pagode, que hoje sem sombra de dúvidas, por meio de muita luta, trabalho e sucesso, se tornou parte da história do samba de São Paulo e da região Sudeste do Brasil. No ano de 1993, se tornou a grande revelação do festival de samba e do pagode realizado pela Gravadora Kaskatas Records, no Bexiga, em São Paulo, ocasião em que concorreu com mais de 500 grupos de samba amadores, conquistando nada menos que o primeiro lugar do citado festival. O prêmio lhe propiciou um momento especial: a gravação da tão sonhada faixa musical no disco de vinil do J.B. Sambar, angariando com isso, uma legião de fãs por todo o Estado, pois sua faixa musical intitulada “Condor” estourou em todas as grandes emissoras de FM e AM de São Paulo. No ano de 1995, foram incontáveis as vezes que permaneceu dentre as músicas mais pedidas e também nos primeiros lugares das paradas de sucesso, “bombando” por mais de seis meses, quando gravou o CD “Vôo dos Pássaros” pela gravadora “Chic Show de São Paulo”. Recebeu ainda o troféu Revelação do Samba nas quadras das Escolas de Samba Rosas de Ouro, Vai-Vai , Camisa Verde e Branco. O Diploma Revelação da União das Escolas de Samba de São Paulo, no Palco do Anhangabaú, no Sambódromo do Anhembi. O troféu Pluma de Ouro da Rádio Nacional do Samba, da Rádio 105 FM, da Rádio Transcontinental, da Rádio Bandeirantes, da Rádio Record e da Rádio Sucesso, todas sediadas na cidade de São Paulo, às quais consequentemente, transmitiram todos os grandes sucessos do então grupo “Clave de Azes”. Em 1996, já consagrado como cantor, compositor e músico acompanhante, “Markinhos Clave de Azes” recebeu o convite e o grande desafio para compor o jingle político para o candidato a prefeito Chico Amaral, no qual seu partido político apostou todas as fichas na imagem e na voz de um negro sambista, nascido e criado na cidade de Campinas. Imediatamente, o jingle se transformou em tema musical do candidato, o qual se encontrava em quarto lugar nas pesquisas de intenções de votos, conduzindo-o ao primeiro lugar no final das eleições daquele ano e finalmente eleito prefeito de Campinas. Em 1998, já trabalhando como profissional de música, o “Clave de Azes” contabilizou mais de 350 cidades do Brasil, por onde se apresentou fazendo shows ao lado de artistas consagrados como: Exaltasamba, Katinguelê, Art Popular, Negritude Júnior, Grupo Malícia, Belo, Eliana de Lima, Reinaldo, Grupo Sensação, Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Neguinho da Beija Flor, Originais do Samba e outros, que fizeram e fazem parte da História da Música Popular Brasileira. Com o decorrer do tempo, permaneceu realizando shows, gravando novas e várias composições de sucesso e representando de maneira honrosa a nossa querida Campinas, por todas as cidades e estados do Brasil, por onde passou. Chegado o ano de 2002, apareceu novamente o grande e oportuno desafio de compor mais um jingle político para o candidato a deputado federal Carlos Sampaio. E novamente o jingle se transformou no tema musical da campanha. Diante desses fatos aqui narrados, que automaticamente o conduziram à entrar para a história política, social, artística e cultural de Campinas, Markinhos foi também, condecorado com a Medalhas “Exemplo Dígno, Cultural, Arte e Lazer e a Medalha “Carlos Gomes”, todas concedidas por meio desta Câmara de Vereadores. Nos anos de 2007, 2008, 2009 e 2010, criou e realizou o projeto denominado “Quintal do Clave”, o qual foi apoiado por meio da Emissora TV Século 21 e por um grupo de ex-jogadores de futebol, entre eles Careca, Zenon, João Paulo, Julio César e Neto, os quais proporcionaram um verdadeiro sucesso, conseguindo reunir um elevado e expressivo número de pessoas adeptas ao samba e ao futebol brasileiro. Markinhos Clave de Azes é detentor de mais de 150 composições entre sambas, pagodes, jingles e comerciais, três CDs gravados, várias músicas de sucesso, que entre elas, podemos citar: “Condor”, “Paixão”, “Sonhar” e “Colibri”, das quais, inclusive, algumas músicas foram regravadas por outros artistas como: Grupo Pixote, Grupo Art Popular, Grupo Um Só Ideal, Almirzinho Guineto, Grupo Terra Brasil, Grupo Um Toque a Mais, Grupo Revelação e outros. Atualmente, se dedica à carreira solo, denominado “Markinhos Clave de Azes e Banda”, realizando shows e apresentações por todo o Brasil, com seu jeito peculiar, humilde, profissional, carismático e fiel à Musica Popular Brasileira.

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Ido Luiz

Ido Luiz é músico, compositor, professor e produtor. Desde a infância atua na música. Fez do cavaquinho e violão suas ferramentas de trabalho e saiu estrada afora cantando suas verdades e vontades. É claro que o samba é o que pulsa mais forte nas veias. Mas sua curiosidade musical o fez descobrir outras sonoridades. E hoje sem vínculos, nem rótulos, Ido Luiz é um músico mutante que traz no seu repertório pérolas do passado e contemporâneas. O seu eclético repertório é uma gostosa viagem através dos tempos da sua vivência, recriando ao seu estilo momentos da nossa MPB, nas suas divinas variações, como bossa nova, baião, marchinhas, ciranda, baladas, samba-rock, entre outros ritmos. Pesquisador, ele atua em vários projetos encantadores. Junto com Valéria Santos, parceira de trabalho, realizam há 12 anos, o show “O Som do Brasil”, no qual cantam grandes pérolas da nossa MPB no estilo violão e voz. Através de um repertório retrô-contemporâneo, passeiam pelas várias vertentes do samba realizando uma antiga vontade de cantar a liberdade sem preconceito e nem imposições. Esse trabalho vem crescendo e tendo cada vez mais credibilidade entre o público simpatizantes. Iniciam 2014, no estúdio gravando um sonho, um CD com músicas autorais e de amigos compositores que acompanham e admiram a performance da dupla.

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Nem Sangue Nem Areia

Nem Sangue Nem Areia é o bloco de Carnaval mais antigo de Campinas, e neste ano completou 70 anos de história. Entre as décadas de 1940 e 1970, as ruas da Vila Industrial serviram como cenário para uma das mais tradições agremiações do Carnaval campineiro. Segundo o site www.pro-memoria-de-campinas-sp.blogspot.com.br, o bloco teve origem na cidade de Cosmópolis e foi trazido para Campinas nos anos 1940, quando seu fundador veio trabalhar na cidade. Na época, na rua Dr. Sales de Oliveira o bloco apresentava duas grandes atrações: os “cabeções”, que animavam as crianças correndo de repente sem que ninguém esperasse na direção do público. E o teatral “tourada”, com um toureiro fantasiado e um touro, que na verdade eram dois foliões com uma capa imitando a figura do boi. Também existia o desfile de foliões que pedalavam em suas bicicletas enfeitadas. Uma curiosidade é que naquela época, homens, mulheres e crianças levavam até a avenida as suas próprias cadeiras para assistir o desfile com conforto, segurança e tranquilidade. O nome do bloco tem origem no filme “Sangue e Areia”, protagonizado por Tyrone Power. O drama conta a história do filho de um toureiro famoso que tenta recuperar a honra de sua família e torna-se o maior toureiro da Espanha. A inspiração veio tanto pela influência da produção hollywoodiana, quanto pelo fato da Vila Industrial ser um bairro que abrigava matadouros e curtumes, o que fazia com que a passagem de rebanhos pelas ruas do bairro fosse uma cena comum. O Nem Sangue Nem Areia fez seu último desfile em 1976 e retomou suas atividades de rua em 2009, por iniciativa de um grupo de jornalistas da cidade e do sambista Helder Bittencourt, falecido em dezembro de 2013. Hoje o Nem Sangue Nem Areia voltou a ser referência do Carnaval de rua da Vila Industrial e de Campinas. Neste ano de 2016, o enredo do bloco fez uma homenagem aos seus 70 anos de fundação da formação original. O samba-enredo vencedor foi de autoria de Flávia Natércia, Leandro RP, Samuel Bussunda e Diogo Nazareth, e pelo terceiro ano consecutivo, o Nem Sangue contou com a participação especial da Bateria Alcalina. O boneco gigante que representa o músico e produtor cultural Helder Bittencourt, também retornou à festa este ano. Em 2017, o Nem Sangue Nem Areia vai homenagear a cidade de Campinas, com o enredo batizado de “Aquarela Campineira”.

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Veja a íntegra da entrega do Diploma Noel Rosa de 2016