Durante reunião da Comissão Especial de Estudos da Câmara de Campinas, a secretária Municipal de Cidadania, Assistência e Inclusão Social Janete Aparecida Giorgetti Valente anunciou oficialmente a instalação de Centro de Referência em Direitos Humanos na Prevenção e Combate ao Racismo e à Discriminação Religiosa.
O serviço, cujo objetivo básico será receber e encaminhar denúncias, além de promover o acompanhamento das vítimas de violência que tenha por fundamento a discriminação racial ou religiosa, o racismo e o preconceito, começará a fazer o atendimento a partir do dia 21 deste março, data em que se comemora o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial. A unidade será instalada na Avenida Francisco Glicério, 1269, no quarto andar, na região central e terá inicialmente quatro funcionários.
A reunião da Comissão Especial na Câmara, presidida pelo vereador Luiz Carlos Rossini (PV), para avaliar o modelo e as formas de atendimento do centro contou com a presença de diversos setores da comunidade negra e de ativistas da área, entre eles Tagino Alves dos Santos, presidente do Conselho do Desenvolvimento e Participação da Comunidade Negra de Campinas; e Paulo Mariante, presidente do Conselho Municipal de Direitos Humanos e Cidadania.
“Ficamos muito felizes com essa primeira reunião aberta. Acho que a comissão pode ajudar a construir um projeto novo para a cidade que atenda a maioria das solicitações tanto da comunidade negra quanto da pessoas vítimas do preconceito religioso”, disse Rossini.
Na mesa dos trabalhos, o vereador Carlão do PT , relator da Comissão, lembrou de dois casos recentes em Campinas que poderiam já ser objeto de averiguação por parte do centro de referência: as pichações com conteúdo ofensivo no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp e o caso de um jovem chamado Henry Paulino que teria sido vítima de racismo praticado pela Guarda Municipal. “O centro de referência pode contribuir com Judiciário para se fazer Justiça”, complementou Tagino Alves dos Santos.
Ao final do encontro, Rossini informou que os trabalhos da Comissão continuam e que nas próximas reuniões deverão ser convidados representantes dos movimentos sociais, vítimas de preconceito e até setores da segurança pública. Também está na pauta dos trabalho uma visita ao centro de referência de São Paulo que apresenta características semelhantes com a unidade a ser criada em Campinas.
Além de Rossini, e de Carlão do PT, a Comissão Especial de Estudos é formada pelos vereadores Gustavo Petta (PCdoB), Cid Ferreira (SD) e Paulo Galtério (PSB).